DE SANTO ANDRÉ A ILHÉUS

Por causa do tempo ruim, com muita chuva, quase não curtimos Santo André como deveríamos, mas é inverno e o tempo não deve melhorar tão cedo. Depois de 20 dias em Santo André já era hora de seguir em frente. Mais uma vez a previsão do tempo não nos ajudou. Os sites previam ventos muito fracos de Sul, mas um dia antes de sairmos o vento estava na casa dos 12 knots, na medida para velejar, por isso decidimos partir no dia seguinte.

Na manhã do dia 20 de junho, às 10:45 horas saímos barra afora, não sem antes esperar pelas escunas de turismo que todos os dias trazem dezenas de turistas de Porto seguro para passear aqui.

 

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Escunas de turismo na beira da praia na curva do canal em Santo André.

 

Quase não tinha vento, mas esperávamos mesmo que ele aparecesse mais no
início de tarde. Depois de contornar os arrecifes seguimos rumo sudeste por quase 1 hora para vencer vários parcéis de baixa profundidade. Íamos no motor e com a vela mestra içada. Mais tarde viramos a proa para o norte ainda com o motor empurrando a 1800 giros, a uma velocidade de mais de 5 knots. O vento era nordeste fraco, mas o TAO ia bem.

A noite veio, a lua nasceu e clareou o TAO como se estivesse com as luzes de convés acesas! Eu estava preocupado com embarcações de pesca na altura de Belmonte, mas não tivemos problemas, tudo estava tranquilo.
Lá pela meia noite avistei luzes bem na proa. Parecia perto, mas não chegava nunca! Imaginava ser um navio, então tentei mudar de rumo, mas a marcação se manteve por horas, até que entendi que as luzes eram de uma plataforma de petróleo imensa! Passamos a uns 200 metros dela, e a iluminação era tão intensa que acho que poderia iluminar toda uma cidade!
A lua se foi morrer no oeste e o vento então, havia virado para sudeste. No quarto de hora da Marga o vento ficou bem empopado e numa atravessada do piloto o TAO deu um jaibe involuntário porque quebrou uma manilha do anti-jaibe. (Jaibe é o nome dado ao ato de trocar a vela mestra de um lado para o outro quando o vento sopra de trás do veleiro, o que pode ser perigoso, podendo até quebrar o mastro quando feito imprudentemente).
Acordei assustado com o barulho e quando saí para o cockpit a Marga já tinha trocada a genoa de lado. Tentei engembrar fixando o anti-jaibe com um cabinho, mas este arrebentou e demos outro jaibe!

Já estava amanhecendo e o céu estava irreconhecível com nuvens de todos os tons de cinza. A chuva também deu as caras, o vento aumentou e resolvemos baixar a vela mestra. Fomos com a trinqueta (vela de proa pequena) e motor. Um pouco depois o motor começou a aquecer e o desligamos.
A velocidade baixou mas ainda fazíamos entre 4 e 5 knots, aos poucou foi diminuindo e abrimos a genoa (vela maior de proa),
Quando chegamos perto de passar pelo molhe do porto liguei o motor e tudo ficou bem. Ao contornar o farol que fica na ponta do molhe a correnteza era contra e o vento também. Fazíamos 3 knots porque eu não queria aumentar a rotação do motor para ele não aquecer. Ancoramos ao lado de outro veleiro e fomos descansar.

O clube de Ilhéus fica em frente a ancoragem, mas nós só vamos nos apresentar amanhã. A ancoragem aqui é bastante desconfortável com ondulações laterais.

 

 

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A ancoragem vista do Iate Clube de Ilhéus

 

Acordamos às 6 da manhã, tomamos café e chamamos o clube. Não há poitas e o banho é frio, mas temos 3 dias de cortesia. Tomamos banho no TAO e depois fomos a terra para conhecer a famosa cidade dos livros de Jorge Amado e das novelas.

 

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O famoso Vesúvio!


Tínhamos que fazer compras, ir no correio buscar encomendas e tentar desbloquear nosso modem para internet para podermos usar qualquer chip nele. Almoçamos lasanha num restaurante do centro. Nem entramos no Vesúvio, pois os pratos eram tão salgados quanto o mar!! No correio tivemos uma surpresa: posta restante só aguarda por 7 dias, depois é devolvido para a origem! Um absurdo, pois este sistema é usado para quem está de passagem pela cidade e atrasos podem ocorrer. A Marga ficou muito triste pois os chás ingleses que ela comprou numa loja virtual já tinham sido devolvido. Mas por sorte o pessoal da loja remeteu para nossa próxima cidade, aguardando nosso aviso. Pelo menos ainda temos alguns chás que a Rossana nos presenteou em Santo André.

 

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Igreja Matriz São Sebastião em Ilhéus.


O vento rondou para leste e o TAO sacode menos agora. À tardinha chegou um veleiro de Recife vindo do sul. É o Aventureiro, eles vão a Salvador amanhã. Nós vamos ficar mais 2 dias, depois seguiremos a Itacaré. No dia seguinte chegaram mais dois veleiros, Bavaria 45 pés novinho,que está chegando da Europa e outro veleiro suiço com dois rapazes. Indiquei a eles onde ancorar e convidei-os para tomar um café a bordo. São dois rapazes bem jovens, o Sebastian e o Johan. Eles estão vindo das Falklands, e sua última parada foi Búzios. Sebastian comprou o barco lá, pois ele trabalha num navio de charter na Antártica e arredores.

 

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Veleiro Carpe Diem, do novo amigo suíço Sebastien.

 

O barco é de alumínio antigo, de 9 metros, que apesar de seu aspecto feio, é de excelente qualidade. Ficamos muito amigos, vimos juntos um jogo do Brasil da Copa das Confederações no clube onde organizaram uma festa com comes e bebes, bem legal! Saimos de Ilhéus juntos mas eles foram a Salvador e nós a Itacaré, mais pertinho.



24/12/2013
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