CONSERTO VEROLME/2010

PASSANDO O NATAL EM CASA/VEROLME 2010

Decidimos voltar para casa para passar o Natal com nossa família em Porto Alegre. Nosso retorno não estava programado! A causa foi um problema que tivemos no casco do TAO: Um pequeno furo no fundo menor que a espessura de um dedinho mindinho! Isso nos pegou de surpresa, pois não imaginávamos que pudesse acontecer! A sorte que estávamos na Marina do Bracuhy, muito bem instalados. Por isso decidi revisar a pintura interna, pois a Marga fora visitar sua irmã que mora no Rio de Janeiro. Aproveitei para dar uma geral fazendo uma bagunça, levantando paineiros e assoalhos! Encontrei uma pequena ferrugem embaixo do assoalho do banheiro, perto das válvulas do casco, que são plásticas. Peguei uma espátula e comecei a remover aquela bolhazinha até que "fuzz"!! Apareceu um chafariz de água bem clarinha dentro do TAO! Na hora fiquei apavorado e meti o dedo no furinho.

__ Mas e agora! O que é que eu faço? Sozinho e sem poder sair do lugar, com o dedo tapando o furo, olhei em volta e encontrei minha caixa de ferramenta que fica embaixo da escada de entrada. Peguei panos de chão, enrolei numa chave de fenda e tentei enfiar no furo, mas ele era muito pequeno e não entrava!

Depois de alguns instantes consegui colocar pesos em cima dos panos e fui correndo pegar uns cones de plásticos especiais para esses casos, mas os cones também eram grossos e não entravam.

Busquei um pedaço de durepoxi e com uma mão só, desenrolei, amassei, misturei e coloquei no furo junto com um pedaçinho de madeira bem fininha!  Desse modo consegui diminuir bastante a entrada de água. Foi suficiente para eu poder sair do barco e pedir ajuda externa! Minha sorte foi encontrar o Vilmar e a Higina, do veleiro Jornal que me ajudaram muito! Com sua experiência, Vilmar deu a idéia de colocar um parafuso por baixo e aparafusar por dentro! Achei a idéia ótima e com sua ajuda, logo fomos pôr em prática! Mergulhei e enfiei o parafuso no buraco. Tinha uma arruela de lisa grande e outra arruela de borracha de 3 mm. Por dentro fizemos a mesma coisa, colocamos uma arruela de borracha, junto com a arruela lisa e uma porca de aperto, fazendo um sanduíche com o casco! Ficou ótimo e não entrava mais nenhuma gota de água!

Isso me deu tempo para pensar no que fazer. Tinha que tirar o TAO dágua para fazer um conserto mais reforçado e que me desse mais tranqüilidade. Avisei a Marga e comecei a procurar um lugar para colocar o TAO em seco. Dez dias mais tarde decidimos subir o barco na Marina Verolme. Era o lugar mais perto e que tinha a melhor estrutura para tal. Seguimos para lá, sempre cuidando do tal parafuso e monitorando uma possível entrada de água. Ao entrar no canal da Verolme, uma lancha da Marinha em alta velocidade e cheia de militares armados nos abordam! Não podíamos estar ali pois toda aquela região estava interditada, porque o Presidente Lula estava fazendo um discurso para os trabalhadores do Estaleiro Brasfels, que fica ao lado da Marina Verolme. Mas eu nem diminui a velocidade! Expliquei que era uma emergência, que o barco estava fazendo água e que estavam nos esperando para o conserto. Depois de discutirem entre si, disseram que iam nos escoltar até lá. Fiquei aliviado!

No mesmo dia o TAO foi levantando por um travelift e colocado no pátio de serviços.

Sem perder tempo começamos a lavar o casco. Tinha muitas cracas grudadas no casco perto da linha dágua. A maioria saiu sem dificuldades, mas algumas estavam bem grudadas e deram um pouco de trabalho.

 

O fundo já limpo

 

A regra da Marina era severa: não podíamos ficar a bordo à noite, a mangueira dágua tinha que ter ponta com torneira e o expediente era até às dezoito horas.           

Além do custo da Marina tivemos que reservar uma pousada, que não ficava muito perto, sorte que tínhamos as bicicletas!

 

Nosso meio de transporte em Jacuecanga

 

Foi uma semana de trabalho ininterrupto. O interessante era que o TAO chamava a atenção dos transeuntes pela beleza de suas formas e pelo seu bom estado de conservação.

Depois dele totalmente limpo das cracas, apareceu um belo e harmonioso casco. E eu ficava bem orgulhoso. Mas ninguém sabia que ele estava enfermo! A ferrugem, como um foco infeccioso, ele havia contraído. Sorte que era bem localizado num só ponto: No fundo embaixo do banheiro!

 

Os furos

 

O processo se iniciou de dentro para fora. Isso quer dizer que desde muito tempo o TAO havia sofrido com poucos cuidados dos seus donos anteriores, que deixavam para seus marinheiros a tarefa de limpeza depois de cada navegada. Principalmente porque no início de sua vida a vedação do eixo do motor era de retentor duplo. Esse sistema é bom, mas não é durável e logo começa a entrar, de gota em gota, água do mar. Essa água então, se depositava sempre naquele mesmo lugar, pois o fundo é chato e o poçeto fica no centro do barco. Felizmente o último dono trocou o sistema por selo mecânico, que atualmente é usado em todas as embarcações modernas, pois mantém o eixo completamente estanque.

Minha idéia de conserto era fazer uma soldagem na área afetada, mas depois de entrar em contato com o estaleiro que o construiu, decidi fazer um reparo diferente por vários motivos: Primeiro porque a solda não pega bem na ferrugem. Segundo que eu teria que cortar aquele pedaço e trocar por uma chapa nova. Terceiro, que demoraria muito e quarto teria que refazer a pintura por dentro e por fora na área e comprar tintas caras, tornando o trabalho muito maior. Decidi fazer um remendo com um pedaço de chapa de fibra de vidro, junta de borracha, parafusos e Tubolit.

FOTOS DO PROCESSO DE CONSERTO:

 

 

 

 

Aproveitei também para refazer a vedação das válvulas de casco com Sicaflex novo. Modéstia a parte, ficou muito bom!

Com esse conserto eu poderia voltar ao sul e fazer uma análise mais detalhada de todo o conjunto da chapa do fundo, já que internamente parte da tinta estava se descolando.    

O serviço ficou tão bom que agüentaria até uma travessia oceânica!      

 

Conserto pronto por fora e ...

 

... por dentro

 

Uma semana depois o TAO já estava na água novamente e com mais uma camada de tinta anti-incrustante para agüentar nossa volta.

 

Pintura do fundo

 

Voltando para a água 1 ...

 

... para a água 2 e ...

 

...3!



14/02/2011
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