ILHABELA - ILHA GRANDE

No dia vinte e um saímos de Ilhabela, às dez horas e quinze minutos para vencer vinte e quatro milhas com tempo nublado e vento fraco. Ao passar pelo Clube de Ilha Bela avistei com binóculo o Ypake numa poita! Tentamos contato por rádio sem sucesso. Ficamos felizes em ver que haviam chegado bem, pois há dias tentávamos fazer contato por e-mail e VHF.

Mantivemos nosso curso pois no dia seguinte teríamos muita chuva e ventos de nordeste. Ao passar a ponta da ilha o vento melhorou. Abrimos a genoa e diminuímos a rotação do motor para mantermos uma média de cinco nós. Logo depois desligamos o motor. O TAO já podia seguir só com as velas. Que delícia, o mar estava muito calmo e havia uma neblina em volta. Apareceram nuvens de chuva já quando estávamos chegando. O vento apertou mas ancoramos tranquilamente um pouco afastados das muitas poitas no lado direito do canalete, apesar do guia que tínhamos a bordo indicar que o melhor lado de ancorar fosse o esquerdo. Mas onde estávamos o mar parecia ser mais calmo.

Passamos um rádio para a marina pública perguntando da possibilidade de ficarmos no trapiche, mas desistimos depois de saber que a diária era de cento e catorze reais por dia!! Nossa idéia era de conhecer as belas paisagens da região, mas para ficarmos mais tempo precisávamos de abastecer de água. Tentamos acessar a internet, mas o computador estava com problemas, mesmo assim conseguimos acessar os e-mails do Ypake. Eles foram para o Iate Clube Pindá e o Alma de Mestre foi para a Praia dos Castelhanos, no outro lado da Ilha.

Como não pudemos descer em terra no dia seguinte decidimos seguir para Ilha Grande e depois ao Bracuhí para ver o outro jogo do Brasil, lavar roupas e tentar descobrir o defeito no computador. 

Acordamos às seis e meia e saímos às oito horas com chuva e vento fraco, porém contra. Eram mais quarenta e sete milhas de viagem.

Foi a navegada mais chata que tivemos, pois era um vento bem de proa e fraco, mas que impedia o TAO de fazer uma velocidade maior que cinco nós e as ondas de través que nos chacoalhavam para todos os lados, oriundas de ventos que sopravam no oceano. Tentávamos bordejar para ganhar alguma velocidade mas o melhor bordo era para a terra, e não podíamos seguir demais naquele rumo.  Perto da Ponta da Joatinga o vento ficou com melhor ângulo. Rumamos para a Praia de Provetá. Ao chegarmos perto percebemos que as ondas estavam entrando na enseada e a ancoragem ficaria bem desconfortável. Já estava anoitecendo quando decidimos trocar de ponto e ir até a Enseada de Araçatiba. Ao fazer a volta da Ilha já percebemos a calma, pois a Ilha Grande já nos protegia das ondas e o vento se mantinha quase nulo.

Ancoramos com vinte metros à cinquenta metros da praia!

No dia seguinte, vinte e quatro de junho rumamos para a Marina do Bracuhí, logicamente no motor, sem nenhum ventinho se quer e um sol lindo, que há dias estava escondido!

Ao chegarmos encostamos no trapiche, digo, cais de honra Lars Grael, não que fôssemos dignos de pompa, mas é praxe que os visitantes fiquem nesse cais no período de cortesia. Todos que trabalham aqui são solícitos e tudo que pedimos ou perguntamos é resolvido. Aqui fizemos algumas belas amizades, como com o casal Eduardo e Rosária do veleiro Hasta La Vista, um Bruce Roberts 38 pés, como o TAO e com o Tassinari do veleiro Reencontro, um Maramú. Eles já moram há bastante tempo aqui e conhecem bem a região. Nós aproveitamos para trocar idéias e aprender um pouco sobre esse belo lugar.    

Por esses dias o Crucero De La Amistad já havia chegado por essas bandas e a flotilha se espalhara pelos inúmeros ancoradouros da região. Passado nossos três dias de cortesia e reabastecidos com compras e água fomos até o Saco do Céu. Ao chegarmos não havia nenhum veleiro. Paramos em frente ao restaurante Coqueiro Verde, em umas das suas poitas próprias para visitantes. A lancha deles chegou rapidamente oferecendo ajuda e logo fui perguntando se poderíamos ver o jogo do Brasil. O rapaz respondeu afirmativamente, então encomendamos uma moqueca de peixe para o almoço. Antes de anoitecer foram chegando muitos veleiros argentinos, de vários modelos e tamanho. Sua maioria eram casais. Eles ficarão por Ilha Grande até iniciar o Cruzeiro Costa Leste, quando os veleiros brasileiros se juntarão a eles para seguir adiante até Fernando de Noronha.

 No dia seguinte resolvemos navegar até o Sítio Forte, aproveitando uma brisa leve que ousava soprar. Ao levantar as velas fomos surpreendidos com um bando de golfinhos vindo ao nosso encontro! Que graça e alegria eles aparentam viver!! Que momento mágico para nós!

Nessa época do ano a água está um pouco fria para fazer mergulhos de snorkel. E a água também está um tanto turva em função das chuvas que tem caído. Mesmo assim, isso aqui é um verdadeiro paraíso.    

         



27/08/2010
0 Poster un commentaire

A découvrir aussi


Inscrivez-vous au blog

Soyez prévenu par email des prochaines mises à jour

Rejoignez les 6 autres membres