DE CARAVELAS A CUMURUXATIBA

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Vista de Cumuru com o velho cais em ruínas

Depois de muito tempo off line, de formatação do nosso velho computador, retomamos as postagens a partir de Abrolhos,
sempre seguindo em frente.
Nossa saída de Caravelas foi demorada e emocionada, pois ficamos lá por 7 meses e criamos laços de amizade fortes
e duradouros. Principalmente com o Maurício, pessoa ímpar, sempre pronta para ajudar os navegantes que por lá passam.
Além dele, conhecemos a Thiana, sua esposa, que com alegria e cordialidade fez-nos sertir como se estivéssemos em casa.
Convivemos diariamente com os mergulhadores que trabalham com o Maurício no catamaram Sanuk e também conhecemos
Adílson, catarinense, que adora pescar, que está construindo em sua casa um catamaram de 40 pés com muita
competência e que proporcionou muitas conversas e almoços especiais que nunca vamos esquecer.
Mas tínhamos que seguir nossa viagem, então nosso próximo destino era a cidade de Cumuruxatiba ou Santo André.
Saimos dia 27de maio às 9:30 com pouco vento ajudados no motor. Apesar das dicas dos amigos para sair pela barra
norte, o qual ganharíamos umas 8 milhas, decidimos passar pelo Canal do Tomba porque a maré estava muito baixa.
O TAO rendia pouco com a inversão da maré e também por causa do casco meio sujo de cracas. Fazíamos
entre 3 e 4 knots com vento bem fraco. à tarde o vento melhorou e pudemos fazer uns 5 knots, mas sempre com a ajuda
do velho motor VW. A noite foi chegando e o vento continuava do mesmo jeito, então decidimos entrar em Cumuruxatiba,
apesar de ser meio assustador, pois é preciso passar por uma falha de aproximadamente 70 metros,
nos arrecifes que protegem o ancoradouro.
Às 20 horas a lua cheia nasceu, linda, grande e cor de laranja e, às 22 horas avistamos a
luz do farol da ponta norte dos arrecifes, o que estava de acordo com nossos waypoints, dicas do amigos do Veleiro
Alma De Mestre. Com a maré cheia não se via nada além de espumas das ondas passando por cima dos arrecifes e do
piscar do farol. Entramos bem e ancoramos no ponto exato marcado. Comemos algo e cansados, fomos dormir. Amanheceu
um dia lindo. Estávamos ao lado de um grande e quebrado trapiche de madeira. Logo vimos um veleiro tipo Laser que foi
chegando até nós. Era o Aldo, que veio nos dar boas vindas. Ele é o organizador da Escola de Vela de Cumuruxatiba.
Ele nos deu umas dicas sobre a cidade. Mais tarde desembarcamos e fomos à única lan-house da cidade saber sobre a
previsão do tempo, que infelizmente nos acenava com ventos muito fracos. Resolvemos ficar até as coisas melhorarem e
podermos seguir viagem na vela. À tarde, se aproximaram do TAO, vários meninos da escola de vela, todos de Optimist.
Entre eles estava o Igor, filho do Aldo que, com muita destreza me jogou um cabo para subir a bordo. Ele ficou maravilhado com
os equipamentos e a roda de leme, que não parava de brincar. No dia seguinte fomos convidados pelo Aldo para darmos
uma palestra na escola de vela sobre a nossa viagem. Ficamos lisonjeados com o convite.

 

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A turma era era bem eclética, 

começava com crianças de uns 7 anos, passava pelos jovens de mais de 20 anos. Para as crianças levamos uma carta
náutica para mostrar de onde vínhamos e contamos estórias engraçadas que aconteceram conosco. Com os adultos
conversamos sobre como foi que chegamos ali, da nossa trajetória, da organização financeira e psicológica.As crianças 

se dispersaram logo, brincando na praia, mas os adultos estavam muito interessados, fazendo dezenas de perguntas.
Percebemos que dali poderão sair alguns cruzeiristas da nova geração brasileira, de amor ao mar, à vela e com consciência
ecológica. No terceiro dia, ao meio dia chega um vento sul inesperado, consistente que ninguém previa, a não ser pelas
nuvens rabo-de-galo. Nos entreolhamos e decidimos na mesma hora desancorar e aproveitar essa dádiva!
Escola de Vela Cumuru, uma iniciativa admirável do Aldo, um morador antigo da cidade, amante da vela e também preocupado
com a juventude.

 

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Da esq. p/dir: Ricardo, Aldo, Margarita e Igor.

Com empenho e dedicação construiu este projeto social, totalmente gratuito, com a participação da Fundação
Tide Setúbal, realizando um belo trabalho, no qual foi muito legal participar. Eles têm uma página no facebook, "Vela Cumuru" a qual
convidamos a todos os amigos a prestigiar e compartilhar.

 

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Toda a turma reunida com o Ricardo, com alguns dos veleirinhos em close.



19/11/2013
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