CHAPA QUENTE

Continuando a saga do TAO, nesta semana foi dado o inicio do corte das chapas do fundo, nos lados esquerdo e direito da quilha, medindo entre 0,36 e 0,45 m e com comprimento de 2,70 m. cada chapa. O início do trabalho foi dureza, apesar da chapa ter 3 mm de espessura, o corte de baixo para cima não é tarefa fácil. Principalmente feito por alguém sem nenhuma experiência nisto, no caso, euzinho aqui! A primeira parte decidi furar com broca de cima para baixo toda a linha onde seria feito o corte para facilitar o trabalho! Na verdade eu não contei quantos furos minha furadeira e algumas brocas fizeram, mas foram "centenas"!! Levei 2 dias inteiros para cortar o lado de boreste!

 

cortando a chapa 

 

 

A chapa fora!

 

Quando terminei, na quarta-feira, estava exausto, desanimado e ainda com uma limalha de aço dentro do olho! O Ari Vilasboas, proprietário do estaleiro, me levou num amigo oftalmologista que retirou parte da chapa, que antes estava no TAO, do meu olho e comecei a enxergar melhor as coisas. Uma delas foi que eu não queria mais passar por aquilo de novo para retirar a chapa do outro lado. Perguntei ao Ari onde eu poderia alugar uma máquina de corte plasma, que tem o princípio da solda elétrica, usando o calor do arco voltaico, ao invés da abrasão do disco, para facilitar o corte e, por conseguinte, meu trabalho. Mas o Ari me desaconselhou explicando que o calor é muito grande, cerca de 5 mil graus celcius, e além de poder provocar um incêndio a bordo, também danifica a chapa remanescente tornando-a frágil. Mas ele deu uma outra idéia. Ele se lembrou que tinha comprado dias atrás, alguns discos de corte muito finos nos camelôs de Pelotas. Provavelmente são provenientes da China ou sei lá de onde, mas o fato é que nunca vi para vender estes discos aqui no Brasil! A vantagem é que, como ele é muito fino mas não menos resistente, uns 1,5 mm contra uns 4 mm do disco tradicional, ele corta muito menos área da chapa. Com isso o tempo que ele gasta para o corte é proporcional a sua espessura! Isso significou uma velocidade quase 4 vezes maior para no corte da segunda chapa.

 

O buraco de baixo para cima, visto da proa 

 

Levei uma manhã para cortar todo o lado de bombordo! E sem fazer quase nenhum esforço!! E me adiantei em um dia, pois ainda era quinta-feira!

Como eu estava morando a bordo, tinha que me cuidar para não pisar em falso, então recoloquei o assoalho novamente no lugar. Mas o aspecto do barco vendo de dentro para fora era estranho! Parece que faltava alguma coisa...

 

Mas faltava mesmo...

 

Cortes de boreste e bombordo com a quilha no meio

 

Ao avaliar minuciosamente as chapas cortadas verifiquei que uma grande parte delas estavam em bom estado e somente em alguns pontos havia corrosão. Mas a pior parte era justamente onde ocorrera o furo. O interessante era que o melhor lado das chapas era justamente o de fora, ou seja, o de contato com o meio salino. Isso quer dizer que a pintura original fora feita com muito capricho, pois durou 19 anos! Com a instalação das chapas novas terei muitos anos de tranqüilidade com cuidados básicos de lavar o interior com água doce no fim de cada navegada, toda a vez que uma onda enfurecida embarcar no TAO. Qualquer outro local que, porventura, venha a ocorrer alguma corrosão, já terei experiência suficiente para não me apavorar! Até porque os próximos problemas serão pontuais e muito mais fáceis de recuperar.  

A sexta eu deixei para preparar um reforço no skeg, que é o apoio do leme. Foi outra dica do "São Ari". Esse é um problema que eventualmente acontece nos projetos do Bruce Roberts, apesar do meu ainda não apresentar nenhuma fadiga.

A próxima etapa será comprar a chapa nova, mandar jatear e rapidamente dar a primeira demão de Intergard 269 da Internacional, depois soldar no casco. Mas isto será só semana que vem!               



18/02/2011
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