CACHADAÇO - ILHABELA

                        A ORDEM É A VIRTUDE DOS MEDÍOCRES!

 

Como é difícil manter um barco arrumado e limpo, ainda que somos só duas pessoas. E a poeira, então? Não entendo como junta tanto!! Já me disseram que muito dessa poeira é a própria descamação da pele. Sei lá, só sei que viver a bordo é um trabalho interminável: limpeza – comida – limpeza – consertos – limpeza –navegadas e mais limpeza! E quando não no interior é o convés que nos chama! Pelo menos fazemos quando temos vontade, por isso gostei da frase título. Eu queria escrever esta frase, em letras garrafais, na porta de entrada do barco, mas a Marga não deixou...

Bom, nossa subida rumo norte foi feita sem atropelos nem problemas, só o motor que funcionou mais que eu gostaria. As frentes frias não estão conseguindo seguir a costa, elas preferem o alto mar, no leste. A navegada foi sempre em companhia do Chez Moi do Hebert e nosso amigo Heloíz "Chap Chap", de Mostardas. De Floripa fomos pulando: Caixa-D'aço, Itajaí, onde reencontramos os amigos Vilmar e Higina do ex-veleiro Jornal. Depois, na Baía da Babitonga, São Francisco do Sul e no seu interior, Iate Clube de Joinville.

 

Vista do Iate Clube de Joinville.

 

TAO e Chez Moi, juntos no flutuante do JIC. 

 

Lá ficamos 3 dias e de lá pernoitamos em frente à cidade de SFS e antes de clarear zarpamos para Paranaguá. Tentei pescar mas ainda estou sapateiro! O Hebert se vangloria pescando cada vez um peixe maior! Também pudera, ele e o Heloíz são grandes pescadores. Levamos 9 horas entre motor e vela. Ancoramos na frente da cidade de Paranaguá.

 

Cruzando com navio no Canal da Galheta.

 

Vista da cidade de Paranaguá.

 

Lá encontramos Jan no seu Jamaluce, que está 1 frente fria adiante de nós. Passamos o restante da tarde e noite com ele e às 4 da manhã ele aproveitou um fraco vento de sul para seguir a Ilhabela. Ele nos contou que foi abordado pela Capitania dos Portos local e autuado por não possuir a esfera preta na proa que indica que ele está em âncora. A tal regra 30 do RIPEAM existe, mas só depois de 16 dias ancorado no mesmo lugar eles se deram conta! Eu nem sabia dessa obrigatoriedade e nunca vi nenhuma embarcação, exceto navios, fazer uso dela! Rapidamente pegamos uns pedaços de isopor e jornal velho, enfiamos num saco de lixo preto e pronto: lá estava nosso mais recente equipamento de segurança amarrada na escota da genoa! Mas o indignante é que a CP não se preocupa com a velocidade excessiva das embarcações que passam naquele canal, bem como das lanchas do clube bebendo e exibindo latas de cerveja ao passar por nós!!!!! Como diz o Jan: é um absurdo!!! He, he!

 

Confeccionando a tal "bola preta"...

 

O Chez Moi pernoitou no Iate Clube de Paranaguá para aguardar a chegada do nosso amigo Geraldo "Quasar" que os acompanharia por uns dias. Ele pagou R$76,00 a diária e ainda o colocaram num lugar sem poder abastecer com água e onde a maré dificulta a entrada e saída da tripulação!

Bom, de lá resolvemos conhecer Antonina, bem no fim da Baía de Paranaguá.

 

Saindo de Paranaguá para Antonina.

 

Combinamos que o Hebert nos guiaria, pois ele tinha a tal "rota recomendada" da Garmin. Já em frente ao porto o Chez Moi andava lentamente, então vi o Hebert com a carta de papel toda aberta no cockpit plotando manualmente a rota! Fiquei apreensivo e peguei o binóculo e comecei a buscar algo na frente. Logo achei um par de bóias ao longe. Passe um rádio a eles dizendo que deveria ser aquele o caminho a seguir. Seguimos as bóias até a cidade, perfeito! Depois ele me disse que não está familiarizado com o progama Mapsource do PC e não tinha achado a tal rota e que preferiu fazer a moda antiga.

 

Vista do Porto de Paranagua com esta bóia super equipada com

placa solar e gerador eólico!

 

Ficamos nas poitas dos amigos, em frente ao clube. A região é lindíssima, com montanhas enormes e verdejantes! A igreja da cidade data de 1715! O pessoal é muito amável, fizemos vários churrascos e tomamos várias cervejadas!

 

Vista do CNA, Clube Náutico Antonina.

 

 

 

 

Linda rua de Antonina com sua igreja datada de 1715.

 

 

O Teatro Municipal recebeu, nos áureos tempos da cidade, shows

 de Carmem Miranda e Ari Barroso em viagem marítima para Buenos Aires.

 

 

Panorama da Baia de Antonina, o TAO é o último veleiro à esquerda.

 

Depois de 3 dias o Chez Moi foi para Guaraqueçaba para fazer o Varadouro. O Heloíz teve que voltar ao sul, pois já estava a bordo desde Rio Grande. Nós ficamos ainda 1 semana pois fizemos a revalidação da balsa salva-vidas. Em Paranaguá é o melhor lugar para revisão das balsas, com bom preço e possibilidade de acompanhar o trabalho. O nome é Mar e Vida Safety e o endereço eletrônico é www.allmvsafety.com.br.

Tem chovido muito por aqui e foi a 1ª vez que tive que ligar o motor para carregar as baterias! Por outro lado, aproveitamos a água de chuva para encher nossos tanques de água! Fiz um coletor que ficou muito legal! Aproveitei também para consertar o bote, que estava com o casco quebrado! Laminei com epóxi e tecido e colei a banana com um similar da sikaflex que eu tinha no barco! Melhorou muito mas ainda entra uma aguinha...

 

O coletor de água, funcionou muito... infelizmente...

 

Dos amigos de lá, sempre lembraremos com carinho do casal do Skipper 30 Relax, Renato e Caci, do Pádua do Delta 36 Austral, e do Jaime e seu filho André que tem um Guanabara.

Almoçamos uma vez num restaurante da cidade chamado "Casa Verde", comida excelente, requintada, farta, muito bem atendido e com preço muito atraente. Recomendamos com o maior prazer!

Antonina foi o lugar que mais nos surpreendeu e que mais gostamos até aqui, sem dúvida! 

Mas tínhamos que seguir adiante, então partimos para Guaraqueçaba, mais perto da saída da baía. Vimos muitos golfinhos e pássaros por toda a volta, mas a cidade é muito pobre e sem atrativos.

 

Golfinhos pescando, cercados de pássaros, em Guaraqueçaba!

 

Lá não tem torre da Claro, então tivemos que ir na única lanhouse da cidade. Os mercados são precários e as frutas e legumes muito ruins. Ficamos 3 dias esperando uma frente de sul para ir a Ilhabela e quando pensamos que ia entrar um ventinho rumamos para o Rio das Peças, para ficarmos mais próximos do canal norte da baía.

 

Chegando na Ilha das Peças.

 

Farol na Ilha do Mel, no caminho para o canal Norte.

 

Então ao clarear levantamos âncora e saímos seguindo os wayponts do canal norte, dica do Jan do Jamaluce o qual atalhamos nada menos que 9 milhas, se fossemos sair pelo canal dos navios, "Galheta"!!

Depois de 32 horas de motor e pouca vela, chegamos em Ilhabela, no Iate Clube Pindá. Reencontramos o Chez Moi, agora solito, pois o Geraldo teve que voltar a Poa. Agora estamos nos preparando para "velejar" até Paraty nos próximos dias.


05/07/2012

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